Fotos mostram buracos abertos nas cercas da penitenciária de Mossoró
*Por Igor Jácome, Ayrton Freire, Iara Nóbrega, g1 RN e Inter TV Cabugi
Imagens colhidas após a fuga de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça da Penitenciária Federal de Mossoró, no dia 14 de fevereiro, mostram os buracos abertos pelos dois fugitivos nas cercas que circundam a unidade prisional.
As fotos estão em um ofício enviado pelo diretor nomeado para a prisão após a fuga, Carlos Luis Vieira Pires, com respostas à Polícia Federal, que investiga a fuga e a rede de apoio montada pela facção Comando Vermelho. O documento datado do dia 16 de fevereiro foi divulgado pelo g1.
O ofício também traz imagens do local onde estavam armazenados os equipamentos usados durante as obras de reforma na penitenciária, separados das demais áreas externas do presídio por um tapume metálico e o suposto trajeto dos fugitivos até chegar ao perímetro externo.
O diretor ainda enviou à Polícia Federal uma foto que mostra os dois alicates que teriam sido usados pelos fugitivos para cortar uma das cercas.
Segundo o relato do diretor do presídio à PF, a fuga foi percebida no início da manhã do dia 14 de fevereiro por servidores de plantão responsáveis pela entrega da alimentação no setor de isolamento, onde os presos eram mantidos desde a chegada à unidade em outubro de 2023.
Ainda segundo o relatório, a escala de plantão do dia 13 de fevereiro contava com 27 agentes no turno diurno e 29 no noturno. Ainda havia um agente em serviço extra, cinco ausências e dois servidores em permuta.
Ainda segundo o diretor, a análise das câmeras de segurança revelou que os dois fugitivos escaparam por volta das 3h30.
As informações preliminares informadas à Polícia Federal foram de que os após saírem das celas pelas luminárias e acessaram o shaft – área de serviço localizada atrás das celas com encanamentos e instalações elétricas, os presos “subiram para a cobertura do isolamento com o auxílio de uma escada fixa (…) e de cordas artesanais (teresas)”, diz o documento.
Após afastarem uma telha e desceram para a área externa por um poste que estaria apagado, os presos tiveram acesso às várias ferramentas da empresa terceirizada que realizava a obra no presídio. “Com as ferramentas, os dois conseguiram suspender a tela que dá acesso ao corredor entre as Torres de vigilância 3 e 4 e, posteriormente, cortaram a segunda tela que separa a Unidade do perímetro externo”, diz o relatório.
O caso segue em investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal dentro da Operação Tatu, que também apura a rede de apoio montada pela facção Comando Vermelho aos dois fugitivos, na região, após a fuga.