Estudo da Nasa aponta Brasil entre regiões inabitáveis até 2070 devido ao calor extremo
A Nasa, a agência espacial americana, destacou que alguns lugares do mundo podem se tornar inabitáveis nas próximas décadas com a escalada das temperaturas. Áreas do Centro-Oeste, do Nordeste, do Norte e do Sudeste do Brasil estão incluídas na pesquisa que mapeou cinco regiões da Terra onde o calor pode tornar impossível a sobrevivência humana dentro de 50 anos, isto é, até 2070.
Os cientistas alertaram que as ondas de calor estão se tornando mais frequentes e intensas, e que o mundo continuará esquentando se as emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas. O estudo, liderado por Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, analisou os extremos de calor e umidade, utilizando imagens de satélite e projeções de temperatura de bulbo úmido.
O vermelho, que marca as temperaturas acima da média, é a cor dominante do mapa global. Países do Hemisfério Norte, onde é verão, sofrem com ondas de calor, como a que afeta desde a semana estados do Oeste e do Leste dos Estados Unidos. No Hemisfério Sul, o inverno não tem força para impedir que as temperaturas passem dos 35C em cidades do Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil.
A temperatura de bulbo úmido é uma medida de conforto térmico que leva em consideração não apenas a temperatura, mas também a umidade do ar. O estudo mostrou que, desde 2005, algumas regiões do Golfo Pérsico e do Paquistão já atingem níveis extremos de calor e umidade, e que essa tendência deve se intensificar nas próximas décadas. Regiões como o Sul da Ásia, Golfo Pérsico, Mar Vermelho, partes da China, Sudeste Asiático e Brasil estão entre as áreas onde a combinação de calor e umidade extremos poderá torná-las inabitáveis até 2070. A previsão é de que temperaturas de bulbo úmido superiores a 35 graus Celsius possam representar um risco à saúde humana, mesmo para pessoas saudáveis, nessas regiões.
Tribuna do Norte