Estudantes entram na justiça por conta da falha do Sisu; MEC admite ‘divulgação indevida’
Foto: Reprodução
O Ministério da Educação (MEC) admitiu, nesta sexta-feira (2), que os resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foram divulgados “de maneira indevida” na manhã de 30 de janeiro. Durante 25 minutos, as listas de aprovados que apareceram no site não estavam corretas, afirmou a pasta.
A página do Sisu saiu do ar logo em seguida e foi republicada em 31 de janeiro, com as classificações definitivas e diferentes das já exibidas na véspera. Com isso, candidatos que chegaram a comemorar a aprovação na universidade descobriram que “perderam” a vaga.
Este foi o caso de duas jovens potiguares, uma de Parnamirim e outra de Jardim do Seridó, situação que se repetiu em outros estados. Após o constrangimento, ambas vão recorrer à Justiça em busca das vagas.
A estudante de 18 anos, Jainy Azevedo de Araújo, de Jardim do Seridó, chegou a comemorar com família e amigos e até posts nas redes sociais a vaga no curso de Medicina, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na quarta-feira (31), 24h depois, a frustração: o resultado oficial divulgado mostrava que ela não estava selecionada para o curso. A família entrou com um mandado de segurança na Justiça Federal do RN com o intuito de garantir a vaga.
“Pedimos a aprovação na instituição, no caso, seguir o que havia sido divulgado em virtude da nota que ela teve. A jovem não pode ser responsabilizada pelos erros no sistema. Em virtude do constrangimento de ter reunido familiares e amigos para comemorar e em caso não o seja acolhido o pedido de matrícula devidamente na instituição, pedimos uma indenização por danos morais”, aponta o advogado Allyson Moisés Medeiros, que representa a estudante.
Ainda segundo o advogado, foi pedida uma indenização por danos morais no valor de R$ 30 mil para a estudante, quantia considerada pequena para o defensor da estudante. “Pedimos esse valor para mostrar ao juiz que a estudante está interessada na aprovação e não na indenização”, acrescenta.
Outro caso aconteceu em Natal, com a estudante Clara Letícia Pereira Leite, de 18 anos. Ela publicou post nas redes sociais mostrando que havia sido selecionada no curso de Direito na UFRN na chamada regular na terça-feira. O cenário foi o mesmo: ela chegou a ver a aprovação na terça, mas na quarta-feira o resultado foi diferente.
“Pretendo acionar a Justiça após esse episódio. Já fiz consultas com alguns advogados. A questão é a frustração. Quando vi o resultado novo me senti iludida, impotente, traída. A sensação foi muito ruim. Já tínhamos marcado churrasco, comemoração. Minha família adiou viagem para podermos celebrar. No fim das contas perdi minha vaga”, acrescenta.
*Com informações do Tribuna do Norte