Sem reajuste salarial há sete anos, categorias de servidores municipais aumentam pressão

Por Cesar Santos/Jornal De Fato

Sete anos sem recomposição salarial justifica o mau humor das diversas categorias do serviço público municipal de Mossoró. Há um movimento crescente que indica que a pressão vai aumentar, podendo, inclusive, culminar com greve geral. O sentimento de indignação cresce porque não há aceno por parte da gestão municipal e o diálogo, praticamente, não existe ou não ganha forma para negociar as pautas de reivindicações.

É o caso da Guarda Municipal. Sem reposição salarial desde 2015, a categoria tenta negociar com a pauta de reivindicações, mas esbarra na falta de diálogo. Um documento foi protocolado ao Palácio da Resistência – sede da Prefeitura de Mossoró – há três meses, mas até agora não surtiu efeito.

Decepcionados com o tratamento recebido, os guardas municipais ocuparam o Palácio da Resistência nesta segunda-feira, 15. O comando da categoria reclamou que uma comissão foi formada para discutir a pauta, mas o processo não saiu do lugar. Das cinco reuniões marcadas, três foram canceladas, e a única que ocorreu não apresentou qualquer resultado.

A categoria ressalta que não está reivindicando aumento salarial, mas apenas reposição das perdas acumuladas nos últimos sete anos. Outro ponto reivindicado é o ajuste para 100% do adicional de risco de vida. O comando lembra que essa foi promessa feita pelo prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) na campanha eleitoral de 2020, mas depois esquecida.

O adicional de risco de vida é visto como importante para a carreira do profissional, tendo em vista a violência crescente na cidade. Mossoró figura como uma das cidades mais violentas do mundo, levando em conta a proporcionalidade de mortes violentas por cada 100 mil habitantes.

Os guardas municipais também querem negociar a atualização do plano de cargos, carreiras e salários, inclusive, com proposta apresentada à comissão formada pelo prefeito Allyson. A única informação que tem é que a Secretaria de Administração elaborou o estudo do impacto financeiro e que será apresentado ao prefeito para que uma proposta seja formulada à categoria.

Aglomerados na entrada do Palácio da Resistência, os guardas não esconderam a revolta com o tratamento que têm recebido da gestão municipal. O comando da categoria afirmou que o prefeito Allyson Bezerra não cumpriu nenhuma promessa feita aos guardas municipais na campanha de 2020.

A insatisfação dos profissionais de segurança do município aumenta no momento em que a Prefeitura reserva mais de R$ 20 milhões para a realização do Mossoró Cidade Junina. O comando da categoria afirma que é a favor do evento, mas lembrou que a guarda municipal tem papel importante para garantir a segurança dos mossoroenses e turistas.

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