RN teve 1,2 mil denúncias de violência contra idosos no 1º semestre de 2023

Foto: Tania Parreira

No Rio Grande do Norte,  cerca de 28% do total de denúncias de violência foram relativas a crimes contra pessoas idosas no primeiro semestre de 2023, de acordo com o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Foram cerca de 1,2 mil denúncias que abrangem cerca de 7,1 mil violações diferentes contra este público.

Com o número, o RN se consolida mais uma vez como o 4º estado do Nordeste em violência contra idosos, atrás apenas de Pernambuco (2.620), Bahia (2.484) e Ceará (1.921). Esse posto foi assumido nos primeiros seis meses de 2020. Violência financeira, negligência e violência física  continuam sendo as principais reportações e os filhos sãos os principais suspeitos das agressões. 

O município de Natal lidera com a maior quantidade de denúncias, cerca de 509; Parnamirim vem em seguida, com 101, na frente de Mossoró, com 65. Ainda segundo levantamento,  as mulheres são as principais vítimas, isso se dá porque elas vivem mais do que homens, segundo estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além do resquício da violência doméstica, enfrentada pelo público feminino, de acordo com o presidente do Conselho Estadual de Proteção à Pessoa Idosa, Gustavo Brito.

De acordo com ele, o número é alarmante, mas também é resultado da campanha do Junho Violeta, mês de conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa. “É alarmante. A gente tem duas possibilidades para isso: a grande divulgação dos canais de denúncia, principalmente do Disque 100, que é o meio mais fácil e a gente tem muitos casos, são muitos tipos de violência”, comenta.  

A maior parte das vítimas tem entre 80 e 84 anos de idade. As agressões acontecem, na maioria das vezes, dentro de casa e por isso há dificuldade na hora de identificar a agressão e fazer a denúncia. As violações, ainda segundo levantamento, acontecem “em razão da idade” (1.187), seguida por condições físicas, sensoriais, intelectuais ou mentais (359) e para obtenção de benefícios financeiros ou ganância (233). 

Embora os números sejam expressivos, ainda existe subnotificação, o que preocupa entidades responsáveis pela proteção da pessoa idosa. “Como acontece na violência doméstica, conta a mulher, há uma restrição muito grande em relação à denúncia. Em mais da metade dos casos, quem comete a violação é o filho ou a filha, isso quer dizer que o idoso sempre tem a restrição porque sabe que vai denunciar um familiar direto”, explica o presidente da comissão de Direito dos Idosos, Davi Sales.  

Tribuna do Norte

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